terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Logotipos com imagens fáceis, sem relação com o produto, provocam uma reação favorável do consumidor

Os peixes da Hering, a maçãzinha da Apple, o crocodilo da Lacoste, o cavalinho preto da Ferrari. As empresas usam há muito tempo logotipos com imagens fáceis de reconhecer e de lembrar, ainda que tenham pouca relação com seus produtos. É uma prática adotada por companhias dos setores mais variados. Cerca de 18% dos vinhos lançados entre 2003 e 2005, por exemplo, exibiam a imagem de um bicho no seu rótulo, de acordo com um levantamento da empresa de pesquisas ACNielsen.
É uma estratégia eficiente? Um estudo recente realizado por três pesquisadores – das universidades de Chicago, Michigan e Yale – confirma o acerto dessa escolha. O uso de um símbolo reconhecível por qualquer pessoa – como o de animais e frutas – e que não tenha conexão direta com o produto desperta a atenção do consumidor e costuma ganhar sua simpatia. Num dos experimentos, os pesquisadores apresentaram a 110 universitários americanos dois rótulos de vinho, um com a figura de um sapo e outro sem a imagem. A maioria disse estar propensa a comprar o produto com a figura do anfíbio. O estudo constatou ainda que quanto mais familiar for o símbolo mais facilmente cairá no agrado do consumidor – o efeito seria bem menor se fosse usada a figura de um animal pouco conhecido, como o dragão-de-komodo.Os autores do estudo constataram finalmente que a eficiência de um logotipo é potencializada pelas experiências diárias do consumidor. Se ele costuma assistir ao Muppet Show na televisão – um programa que tem como uma de suas estrelas o personagem Caco, o Sapo – aumenta a chance de que ele escolha posteriormente um vinho com a imagem do anfíbio estampada em seu rótulo.“Apesar de os especialistas sugerirem que os símbolos devam ser associados com a categoria do produto, nossas conclusões revelam os benefícios de escolher identificadores visuais que os consumidores associem a eles mesmos”, afirmam Aparna Labroo (Chicago), Ravi Dhar (Yale) e Norbert Schwarz (Michigan). Ou seja, a utilização de uma parreira no rótulo de um vinho é a melhor maneira de despertar a apatia do consumidor.

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