segunda-feira, 25 de abril de 2011

Banner Clientt



Banner para a Clientt Negócios imobiliários.


------


Banner for Clientt Real State Business.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Volkswagen não honra o design alemão


É fato que a Alemanha é para o design moderno uma das maiores referências. Podemos ousar dizer que é um dos berços do design moderno e contemporâneo. O expressionismo Alemão a Bauhaus passando pelo neoplasticismo, Gestalt e etc. O alemão foi pioneiro e fez um grande investimento para construir os pilares que hoje norteiam todo o universo da arte moderna e do design. Em meio a todo esse pioneirismo e ousadia, a Volkswagen lançou o carro que conhecemos como Fusca. Um carro revolucionário e brilhante em praticamente todos os sentidos. Dono de uma grande harmonia visual e poesia em suas curvas, cativa até hoje muitos simpatizantes.


A história do automóvel praticamente caminhou em junto com a da modernidade, teve penetração abrangente na vida das famílias, corporações, esteve nas guerras mundiais e até no meio rural. O automóvel transformou a paisagem mundial e também foi transformado de acordo com a necessidade de uso. Em cada década, o contexto sócio-econômico e a cultura ditaram o rumo do design automobilístico. Para quem hoje visita um museu ou exposição de carros antigos, a beleza de cada um desses momentos está presente e leva a crer que o bom design é aquele que atravessa os tempos e resiste às tendências. Será que se pode afirmar que o bom design é atemporal? Isso justificaria a sobrevida incomum do fusca.


O design alemão ficou então conhecido por ser sóbrio, sisudo, sem excessos e de incomparável sofisticação. Ao longo do século XX Alemanha se projetou na vanguarda do design, sempre um passo à frente. Em um determinado momento desta história, a Volks parece ter feito essa sobriedade se transformar em conservadorismo e monotonia. Justamente uma antítese com a ousadia e vanguardismo que sempre deixaram os alemães um passo à frente. E a opção pelos VW deixou de ser o design cativante para dar lugar cada vez mais à tradição de carros com mecânica confiável.


O mundo hoje atravessa uma onda de consumismo e desenvolvimento sem precedentes, o design de automóveis parece ter saído de um período de ostracismo para dar lugar a uma rápida transformação. Gerações de carros que são mudadas em um período de 2 a 3 anos. E os alemães não têm mais vida fácil.


Nos carros mais caros da VW, o design fez pouco ou nada pra agregar valor, além das qualidades técnicas do carro. Se, por exemplo, avaliarmos os carros Ford Fusion e Focus, é notório o trabalho feito no design para agregar valor deixar claro que o Fusion é um carro superior. Enquanto algumas pessoas mais distraídas podem facilmente confundir alguns modelos mais caros da VW com os próprios modelos de entrada.


Será que o público-alvo da VW são as pessoas de idade, público mais conservador? Mas quem era jovem nos anos 60 e 70 e na época sonhava com uma Ferrari, hoje é provavelmente uma pessoa bem estabelecida e vai procurar se realizar com um esportivo, algum Off-Road aventureiro, um carro que dê status, com cara de novidade ou que simplesmente encante e emocione. Por trás de um design bem sucedido está uma demanda psicológica, um desejo, sonho ou uma necessidade. Seja proteção, status, desejo, consumismo ou qualquer outra motivação. Essa motivação é um impulso muito mais forte que motiva pessoas a gastarem um milhão em um carro que vai te levar aonde você precisa do mesmo jeito que um carro de 25 mil reais.


A Volks sem saber como atingir em cheio o coração do seu público com um design cativante, se resume agora a colocar guitarras no porta-malas, adesivos ou querer fazer um carro redondo de passeio parecer um jipe colocando o estepe do lado de fora. Todos esses com a mesma monótona frente de grades comportadas, com um farol comportado e a logo no meio. Sem grandes curvas traços arrojados ou quaisquer excentrismo. Com as gerações atuais parecendo carros de 10 anos atrás que receberam uma guaribada.


A Volks esqueceu as raízes do design alemão e não faltam referências. A Porsche e Mercedes continuam emocionando e mostrando a força de sua tradição em fazer um bom trabalho. O sóbrio e sisudo não tem que ser monótono, frio e insosso. Como já disse, existem referências. O design da Porsche é tão consistente que vendo modelos de 30, 40 anos atrás ainda me impressiono com a qualidade do design.


Será até quando que a mecânica confiável da Volks vai garantir o sucesso da marca? Frente à crescente sedução de cada lançamento da concorrência, bem como a evolução e tendência de nivelamento da qualidade técnica dos carros. Hoje em dia é difícil falar em alguém que compre um carro com o qual a pessoa não tem simpatia pelo design. Os carros de entrada da VW hoje ainda são um sucesso. Coincidentemente são os que têm design mais coerente. Mas na medida em que sobem as categorias fica evidente (em número de vendas) o quão equivocado está sendo o trabalho de design da Volks.